A BBC está apresentando uma série de reportagens que busca mostrar as profundas transformações promovidas pela internet e a revolução digital: SuperPower – How Internet Changed the World. Numa das experiências mais interessantes, o programa propõe plugar um vilarejo na Nigéria (uma das áreas menos conectadas do mundo) e desconectar duas famílias na Coréia do Sul (onde existe a maior penetração de Internet do mundo) pelo período de uma semana visando analisar o que significa estar conectado e desconectado neste mundo digital, e como a conexão transforma a vida e reduz distâncias.
A experiência em Seul acabou no dia 5 de fevereiro deste ano, e as famílias contam no programa como conseguiram “sobreviver” a este período unplugged. Entre suspiros de alegria pela volta da Internet às suas vidas, constatações como a do pai da família Yang não deixam dúvidas de que o “experimento” foi de grande utilidade; para ele, estar desplugado o ajudou a descobrir um certo tempo perdido. Para sua esposa, Youm Jung-a, a experiência certamente mudará a forma como ela usará a Internet no futuro – ainda que se mostre muito contente pela volta da conexão em sua vida. Youm Jung-a verbaliza claramente a ideia de que, ao passar tanto tempo conectados, perdemos o tempo que antes tínhamos de convivência com amigos, vizinhos e família.
“This week I’ve had more time to play with the kids and chat to neighbours. In future I might try to limit the hours I spend online – there are so many other things to do.”
Os relatos da experiência na Coréia podem ser lidos aqui
Enquanto isso, esperamos pelas transformações ocorridas em Gitata na Nigéria onde dois moradores foram escolhidos para serem conectados durante uma semana.
Talvez a experiência de estar conectado pela primeira vez seja mais sufocante que a de se desconectar por uma semana. Então, que transformações culturais e de comportamento uma conexão pode trazer para áreas afastadas e desprivilegiadas do globo? Certamente são transformações muito mais interessantes do que as sofridas pelas mulheres nos programas de troca de esposas (Trading Spouses ou Wife Swap) mas não tão diferentes como as mudanças enfrentadas pelas comunidades indígenas e quilombolas no Brasil que recentemente têm tido acesso ao mundo digital.
É esperar para constatar.